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Métodos de ensino de línguas? Nunca mais!

  • Foto do escritor: marina.grilli.s
    marina.grilli.s
  • 23 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 28 de mar.

O que vem à sua cabeça quando você pensa em métodos para aprender uma língua? Métodos entediantes ou ultrapassados, baseados na repetição de palavras e frases sem sentido?


Ou métodos mirabolantes, "inovadores", que prometem fluência em poucos dias, em uma armadilha de péssimo gosto para quem está se esforçando para aprender?


A verdade é que ninguém aguenta mais essa conversa de método - nem você, prof, que já investiu muito tempo e dinheiro em "soluções" que não solucionaram nada, nem o aluno que já tentou de tudo.


Sempre a mesma ladainha. Só muda o nome
Sempre a mesma ladainha. Só muda o nome

Não existe método perfeito, e isso você já percebeu. Não é de hoje que a ideia de método tem sido desacreditada por especialistas em Educação de todo o mundo: grandes nomes da área, como Prabhu e Kumaravadivelu, já afirmavam que a era dos métodos chegava ao fim em 1990.


O fato é que prescrições importadas não dão conta de satisfazer as múltiplas demandas do público que busca Educação Linguística fora do eixo EUA-Europa. A prática docente exige constante reflexão e aprimoramento, não obediência e conformismo.


É daí que vem o conceito da Pedagogia Pós-método, com base em três parâmetros.


O primeiro deles é o parâmetro da particularidade: deve-se considerar o contexto e as condições da aula, em vez de aplicar um método pronto e engessado que pode acabar gerando ainda mais frustração para quem aprende e quem ensina.


Um método que priorize a gramática não será o mais adequado a uma turma extrovertida e comunicativa, da mesma forma como a abordagem comunicativa pode não satisfazer as necessidades do indivíduo que esteja buscando na nova língua um recurso para ter contato com obras da literatura ou do cinema estrangeiro.


O segundo parâmetro é o da praticalidade, ou praticabilidade. Essa longa palavra quer dizer que o professor não apenas aplica a teoria, mas também a elabora, com base em suas práticas de ensino – ou seja, é a prática que determina a aplicação da teoria, e não o contrário, pois a teoria só faz sentido se adaptada à prática.


Por fim, temos o parâmetro da possibilidade. Possibilidade tem a ver com poder! O parâmetro da possibilidade nos lembra que existem estruturas de poder que permeiam a aula, e elas devem ser constantemente reconhecidas e questionadas.


Será que uma aula expositiva é a melhor maneira de aprender língua? Será que a estrutura física da sala de aula é adequada aos nossos propósitos? Será que quem aprende está em posição de submissão a quem ensina?


Desses três parâmetros, o autor Kumaravadivelu derivou uma série de macroestratégias que servem para preparar e para conduzir uma boa aula. São elas:


Aula de língua só funciona com debate
Aula de língua só funciona com debate

2. Facilitar a interação negociada;

3. Minimizar os desencontros perceptuais;

4. Ativar a heurística intuitiva;

5. Incentivar a consciência linguística;

6. Contextualizar o input linguístico;

7. Integrar as habilidades linguísticas;

8. Promover a autonomia do aprendiz;

9. Aumentar a consciência cultural;

10. Assegurar relevância social.


Felizmente, estratégias pós-método não são um método - ou seja, não basta ter em mãos essa lista e "segui-la" para saber exatamente como conduzir uma aula. Tem muito mais coisa envolvida no ato de Preparar aula, Acelerar a fluência do aluno e Aumentar o seu valor como profissional.


E eu te ensino cada uma delas aqui.


Baseado em:

KUMARAVADIVELU, Bala. Understanding language teaching. From method to postmethod. New York: Routledge, 2006.


Inspirado em:

GRILLI, Marina. Como ensinar línguas? Do método ao pós-método. Revista Projekt, 57, p. 36-41, 2019.

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